1937-1989
cantora japonesa
Uma das figuras mais importantes do cenário musical japonês, Misora Hibari (美空ひばり), nasceu Kato Kazue (加藤和枝), como a mais velha de três irmãos, filhos de Kimie (喜美枝) e Kato Masukichi (加藤 増吉), na Vila de Isogo, em Yokohama, Província da Kanagawa, a 29 de maio de 1937. Em junho de 1943, seu pai foi convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial, e Kazue, então com seis anos, cantou a canção "Kudan no Haha"(九段の母) durante sua despedida. Sua voz chamou a atenção das pessoas, o que fez sua mãe levá-la várias vezes, para cantar nos arredores de Yokohama, enquanto seu pai estava em campanha.
Com o final da Guerra, Masakichi retornou e decidiu investir na carreira da filha, que graças as apresentações realizadas nos suburbios de Yokohama, havia adquirido uma certa popularidade.
Kato Masakichi decidiu usar parte das economias da família, para locação de um local frequentado, a construção de um palco e reuniu uma pequena orquestra, batizada "Aozora Gakudan"(青空楽団, orquestra céu azul) para a estréia de Kazue, que contava com oito anos. Por sugestão de sua mãe, ela passa a se apresentar substituindo seu sobrenome Kato, por "Misora"(美空, lindo céu).
Em 1946, Kimie levou Misora para participar de um concurso de novos talentos realizado pela emissora de rádio NHK, onde ela cantou "Ringo no Uta"(リンゴの唄), sendo classificada e estreando no final daquele mesmo ano. em um festival realizado em Yokohama, onde cantou "Kanashiki Take Bue"(悲しき竹笛), chamando a atenção do renomado compositor Koga Masao (1904-1978), que participava como jurado do evento. Tempos depois, Masao se tornaria um dos maiores incentivadores e colaboradores de Misora.
No ano seguinte, a jovem Misora Kazue começou a excursionar pelo país, abrindo apresentações da cantora popular Otomaru (音丸, 1906-1976). Em uma destas apresentações, realizada em Kobe, em fevereiro de 1948, teve tamanha notoriedade que atraiu a atenção de Taoka Kazuo, que havia acabado de se tornar o chefão do maior grupo mafioso do Japão, a 'Yamaguchi-gumi', cuja base de operações ficava em Kobe. Taoka foi pessoalmente conhecer a jovem cantora, tornando-se um amigo pessoal da artista.
Com o final da Guerra, Masakichi retornou e decidiu investir na carreira da filha, que graças as apresentações realizadas nos suburbios de Yokohama, havia adquirido uma certa popularidade.
Kato Masakichi decidiu usar parte das economias da família, para locação de um local frequentado, a construção de um palco e reuniu uma pequena orquestra, batizada "Aozora Gakudan"(青空楽団, orquestra céu azul) para a estréia de Kazue, que contava com oito anos. Por sugestão de sua mãe, ela passa a se apresentar substituindo seu sobrenome Kato, por "Misora"(美空, lindo céu).
Em 1946, Kimie levou Misora para participar de um concurso de novos talentos realizado pela emissora de rádio NHK, onde ela cantou "Ringo no Uta"(リンゴの唄), sendo classificada e estreando no final daquele mesmo ano. em um festival realizado em Yokohama, onde cantou "Kanashiki Take Bue"(悲しき竹笛), chamando a atenção do renomado compositor Koga Masao (1904-1978), que participava como jurado do evento. Tempos depois, Masao se tornaria um dos maiores incentivadores e colaboradores de Misora.
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Em maio de 1948, Misora Kazue conheceu o cantor e comediante Kawada Yoshio (川田義雄, pseudônimo de Kawada Haruhisa (川田晴久, 1907-1957), que a convidou para integrar seu grupo. Kawada depois seria considerado como um pai artístico de Misora, que na época, contava com onze anos. Enquanto fez parte do grupo de Kawada, Misora demonstrava grande maturidade, coragem e rápida capacidade de compreensão, o que a classificou como uma garota-prodígio.
Em setembro de 48, durante uma apresentação da trupe de Kawada no Teatro Internacional de Yokohama, Misora Kazue conheceu o comediante Junzaburo Ban (伴淳三郎, 1908-1981), ilustre personalidade japonesa entre as décadas de 30 e 60, que deu-lhe o nome de "Misora Hibari"(cotovia no lindo céu). Neste mesmo dia, ela conheceu Fukushima Michihito (福島通人, 1909-1974), gerente do Teatro Internacional, que se tornou seu primeiro empresário. Michihito foi o responsável pelo encaminhamento de Misora Hibari para apresentações solo de palco e trabalhos no cinema.
Em setembro de 48, durante uma apresentação da trupe de Kawada no Teatro Internacional de Yokohama, Misora Kazue conheceu o comediante Junzaburo Ban (伴淳三郎, 1908-1981), ilustre personalidade japonesa entre as décadas de 30 e 60, que deu-lhe o nome de "Misora Hibari"(cotovia no lindo céu). Neste mesmo dia, ela conheceu Fukushima Michihito (福島通人, 1909-1974), gerente do Teatro Internacional, que se tornou seu primeiro empresário. Michihito foi o responsável pelo encaminhamento de Misora Hibari para apresentações solo de palco e trabalhos no cinema.
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Misora e Kawada Haruhisa nos anos 50 |
Com o sucesso, Misora participou da filmagem de "Odoru Ryu Kyujo"(踊る龍宮城), cantando "Kappa Bugiwugi"(河童ブギウギ), a canção tema do filme, dirigido por Sasaki Yasushi (佐々木康, 1908-1993) e lançado em 26 de julho de 1949. Quatro dias depois, Misora Hibari assinou um contrato com a gravadora Columbia Nippon, iniciando sua carreira oficialmente.
Misora Hibari e Tsuruta Koji |
Em 09 de setembro de 1950, Misora Hibari atuou em "Tokyo Kiddo"(東京キッド), uma comédia musical de Saito Torajiro, com participação de Kawada Haruhisa, onde Misora interpretava uma garota sem lar, representando o otimismo e trabalho árduo nos anos do pós Guerra.
No auge da popularidade, em 1951, Misora participou do filme "Ano Oka Koete"(あの丘超えて), onde conheceu o cantor e ator Tsuruta Koji (鶴田浩二, 1924-1987), que ela passaria a considerar como o seu "irmão mais velho".
Misora e Yorozuya Kinosuke |
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Sannin Musume |
Devido ao fato das cantoras pertencerem a gravadoras diferentes, o Sannin Musume nunca pôde gravar nenhum disco.
Em 1956, Misora Hibari faz uma apresentação em Naha, a principal ilha do árquipélago de Okinawa, acompanhada pela grande orquestra "Ono Mitsuru and His Swing Beavers"(小野満とスイングビーバーズ), comandada pelo maestro Ono Mitsuru (小野満, 1929-2008). A apresentação aglomerou cerca de cinquenta mil pessoas por uma semana e congestionou o porto da ilha.
Em 13 de janeiro de 1957, Misora foi atacada no Teatro Internacional de Asakusa, por uma jovem que se definia como fã ardorosa, que lançou ácido clorídrico em seu rosto. A jovem foi detida por pessoas no local enquanto Misora era conduzida ao hospital. Surpreendentemente, o ataque não deixou cicatrizes visíveis no rosto da cantora, que se apresentou pela segunda vez no Kohaku Uta Gassen, no final daquele mesmo ano.
Em 01 de abril de 1958, Taoka Kazuo, o chefe do grupo mafioso 'Yamaguchi-gumi', fundou a "Kobe Geinosha"(神戸芸能社), uma empresa de entretenimento sediada em Kobe, que não tinha relação com a "yakuza": Taoka havia registrado a empresa em seu nome, estabelecendo-a dentro das normas padróes de empresas comuns. Seu primeiro ato foi apadrinhar Misora Hibari.
Naquele mesmo ano, Misora havia fundado sua empresa, a "Hibari Productions"(ひばりプロダクション) com o objetivo de realizar produção independente, ao lado de seu empresário Fukushima Michihito, sua mãe Kimie e o maestro Ono Mitsuru e sua grande orquestra. Dois meses depois, Taoka se tornou vice-presidente da Hibari Productions, e a colocou sob a proteção da Kobe Geinosha.
Em julho daquele ano, Misora começou a atuar em séries de filmes históricos dos Estúdios Toei, sendo constantemente vista nas telas do cinema nos quatro anos seguintes, em trabalhos como "Hibari Torimonochô"(ひばり捕物帳) e a série "Beranmee Geisha"(べらんめえ芸者).
Em 1960, Misora ganhou o Prêmio de Melhor Cantora na segunda edição do Japan Record Award, pela interpretação de "Aishu Hatoba"(哀愁波止場), ficando conhecida como a "Rainha da Indústria Musical", e depois como a 'Rainha do enka'
O enka (演歌) é um estilo de música japonesa que surgiu no final da década de 50, resultande da mistura da canção tradicional japonesa com as melodias ocidentais, gerando um tipo novo de música mais romântica e expressiva.
Em 1956, Misora Hibari faz uma apresentação em Naha, a principal ilha do árquipélago de Okinawa, acompanhada pela grande orquestra "Ono Mitsuru and His Swing Beavers"(小野満とスイングビーバーズ), comandada pelo maestro Ono Mitsuru (小野満, 1929-2008). A apresentação aglomerou cerca de cinquenta mil pessoas por uma semana e congestionou o porto da ilha.
Em 13 de janeiro de 1957, Misora foi atacada no Teatro Internacional de Asakusa, por uma jovem que se definia como fã ardorosa, que lançou ácido clorídrico em seu rosto. A jovem foi detida por pessoas no local enquanto Misora era conduzida ao hospital. Surpreendentemente, o ataque não deixou cicatrizes visíveis no rosto da cantora, que se apresentou pela segunda vez no Kohaku Uta Gassen, no final daquele mesmo ano.
Misora e Koga Masao em 1966 |
Naquele mesmo ano, Misora havia fundado sua empresa, a "Hibari Productions"(ひばりプロダクション) com o objetivo de realizar produção independente, ao lado de seu empresário Fukushima Michihito, sua mãe Kimie e o maestro Ono Mitsuru e sua grande orquestra. Dois meses depois, Taoka se tornou vice-presidente da Hibari Productions, e a colocou sob a proteção da Kobe Geinosha.
Em julho daquele ano, Misora começou a atuar em séries de filmes históricos dos Estúdios Toei, sendo constantemente vista nas telas do cinema nos quatro anos seguintes, em trabalhos como "Hibari Torimonochô"(ひばり捕物帳) e a série "Beranmee Geisha"(べらんめえ芸者).
Em 1960, Misora ganhou o Prêmio de Melhor Cantora na segunda edição do Japan Record Award, pela interpretação de "Aishu Hatoba"(哀愁波止場), ficando conhecida como a "Rainha da Indústria Musical", e depois como a 'Rainha do enka'
O enka (演歌) é um estilo de música japonesa que surgiu no final da década de 50, resultande da mistura da canção tradicional japonesa com as melodias ocidentais, gerando um tipo novo de música mais romântica e expressiva.
Em 1962, Misora Hibari se casou com o popular ator e cantor Kobayashi Akira (小林旭, 1938- ). No ano seguinte, Kato Masakichi, o pai de Misora, morreu aos cinquenta anos, vítima de tuberculose pulmonar. O matrimônio entre Misora e Kobayashi foi abreviado devido as intervenções da mãe de Misora e a severa incompatibilidade de gênios entre os dois artistas, terminando em divórcio, tendo durado apenas dois anos.
Em 20 de novembro de 1964, Misora Hibari lançou o single "Yawara" (柔), que vendeu cerca de 1,8 milhão de cópias em pouco mais de seis meses, se tornando o maior sucesso de vendas realizado por Misora Hibari. A canção ganhou o grande Prêmio no 7º Japan Record Award, realizado em 25 de dezembro de 1965.
Em 20 de novembro de 1964, Misora Hibari lançou o single "Yawara" (柔), que vendeu cerca de 1,8 milhão de cópias em pouco mais de seis meses, se tornando o maior sucesso de vendas realizado por Misora Hibari. A canção ganhou o grande Prêmio no 7º Japan Record Award, realizado em 25 de dezembro de 1965.
Foto tirada nos bastidores da emissora TBS (Tokyo Broadcast System), em 1977. Na foto, com Misora Hibari, de pé ao fundo: o apresentador e político Takahashi Keizo (高橋圭三, 1918-2002), primeiro locutor free-lancer do Japão, e a atriz Utsumi Midori (うつみ宮土理, 1943- ). Na frente, os cantores 'enka' Itsuki Hiroshi (五木ひろし, 1948- ) e Hosokawa Takashi (細川たかし, 1950- ) e o jogador de beisebol, técnico e comentarista Kaneda Shoichi (金田正一, 1933- ). |
Em 25 de maio de 1967, Misora lançou outro sucesso: o single "Makkana Taiyo"(真赤な太陽), gravada com a famosa banda "Yoshikawa Jackie and His Blue Comets"(ジャッキー吉川とブルーコメッツ), vendendo 1,4 milhão de cópias.
Misora Hibari cantando "Kudan no Haha"(九段の母, a mãe de Kudan) em apresentação realizada em 1979. Kudan no Haha é uma canção popular de autoria dsconhecida, baseada em um conto sobre sobrevivência de uma família em período de guerra. Foi romantizada pelo escritor Sakyo Komatsu (小松左京, 1931-2011) na década de 60, tornando-se uma das mais conhecidas obras do moderno folclore japonês.
Em 1970, Misora participou do 21º Kohaku Uta Gassen, cantando "Jinsei Shogi"(人生将棋), canção de autoria de seu irmão mais novo, o ex-cantor e ator Kato Tetsuya (かとう哲也, 1941-1983)Em janeiro de 1973, Kato Tetsuya foi preso por associação ao crime organizado. Tetsuya fazia parte do grupo "Yamaguchi-gumi" desde 1962, quando havia abandonado sua carreira artística e já tinha sido preso várias vezes por assalto, lesão corporal e porte de arma de fogo. (No Japão, o porte de arma de fogo é ilegal). Devido ao parentesco de Misora com Tetsuya, a policia ordena o fechamento das bilheterias e investigação. No final daquele ano, Misora Hibari não foi convidada para participar do Kohaku Uta Gassen, onde era presença constante desde 1957. Ofendida com o fato, ela se recusou a aparecer em quaisquer apresentações da emissora NHK nos quatro anos seguintes. Misora só voltaria a aceitar um convite da NHK em 1977, para uma homenagem no programa musical "Big Show"(ビッグショー), porém, a cantora nunca mais apareceu em edições do Kohaku Uta Gassen. Ainda em 1977, Misora adotou legalmente Kato Kazuya (加藤和也, 1971- ) filho de Tetsuya.
Misora Hibari cantando "Koibito yo"(恋人よ), em 1984. Música da cantora e compositora Itsuwa Mayumi (五輪真弓, 1951-), lançada em 21 de agosto de 1980, ficou no primeiro lugar entre as mais vendidas por três semanas seguidas, ganhando o Prêmio Ouro da 22ª edição do Japan Record Award. Esta canção foi regravada por diversos cantores, entre eles Awaya Noriko, Mori Shinichi e Hideaki Tokunaga.
Durante a década de 70, Misora Hibari não teve grandes sucessos de venda. Tentou seguir novos ritmos, como o jazz e a ópera, e fez parcerias com vários compositores e letristas para tentar restabelecer sua carreira, porém, o surgimento do pop e rock no Japão, no inicio da década de 80, levou a decadência do enka, que agora, se mesclava com os novos ritmos, gerando o chamado 'novo-enka' e perdendo sua identidade original. Nesta época, muitos cantores tradicionais tentaram se adaptar ou seguiram seus estilos, alguns conseguiram se manter, enquanto outros eram esquecidos.
Em 1981, a metástase de um tumor cerebral mata sua mãe Kimie, e pouco depois, morre Taoka Kazuo, que para ela, era como uma figura paterna. Em fevereiro de 1982, Eri Chiemi, a cantora com quem fez o trio Sannin Musume nos anos 50 e uma de suas amigas mais próximas, morreu aos 45 anos, e em maio de 1983, morre seu irmão Kato Tetsuya, aos 42 anos, de infarto. Em meio a depressão, Misora Hibari começa a buscar alívio no cigarro e na bebida.
Em maio de 1985, durante um jogo de golfe realizado para celebrar seu aniversário, Misora Hibari sente uma dor lombar, somada a uma pequena dor nas costas, que iria se agravar progressivamente enquanto ocorria a restauração de sua carreira, ao mesmo tempo em que morre seu outro irmão Kato 'Kayama' Takehiko (香山武彦 '香山', 1943-1986), ex-ator, vítima de infarto.
Misora iniciou uma série de apresentações pelo Japão, que duraram até 22 de abril de 1987, quando as dores em suas pernas se tornaram tão fortes que ela já não podia mais se manter de pé, sendo conduzida para o setor de emergência do Hospital Geral Fukuoka Saisenkai (福岡県済生会福岡総合病院), no Distrito de Chuo, Província de Fukuoka. Depois de alguns exames, a cantora foi diagnosticada com Necrose Avascular Asséptica Idiopática (uma doença que causa a morte dos tecidos ósseos devido a falta de irrigação sanguínea, causada, algumas vezes, pelo consumo de álcool, fumo, anemias, medicamentos ou traumatismos). No caso de Misora, a doença óssea lhe atacou ambos os fêmures (ossos das coxas).
A causa oficial de sua indisposição foi anunciada como hepatite crônica, porém, naquele momento, os médicos tinham as instruções de ocultar do público que Misora Hibari estava, na verdade, sofrendo de uma doença muito mais grave: cirrose hepática. São canceladas as apresentações que seriam realizadas no Teatro Meiji (明治座) e, em maio, Misora celebra seu aniversário de cinquenta anos no hospital.
Dezoito dias após seu aniversário, Misora recebe a notícia da morte de Tsuruta Koji, seu "irmão mais velho", e um mês depois, a de Ishihara Yujiro (石原裕次郎, 1934-1987), ídolo da década de 60, ambos velhos amigos seus, mortos de câncer. Em meio a emoção, Misora Hibari empenha-se para cantar novamente, demonstrando sinais de melhora. Em 09 de outubro, grava "Midaregami"(みだれ髪), que só seria lançada em dezembro daquele ano, tendo boa recepção.
Mas sua demonstração de melhora não era real. A doença de Misora não podia mais ser curada, a cirrose havia comprometido cerca de 60% da função hepática, e a osteonecrose femoral apresentava um quadro de difícil cicatrização.
No inicio de 1988, Misora encurtou suas férias no Havaí, retornando ao Japão em 07 de fevereiro, para divulgar as apresentações que ocorreriam em abril, em um concerto no recém construído grande estádio Tokyo Dome (東京ドーム), com capacidade para 55 mil pessoas. Misora fez várias aparições em programas de televisão, e mostrava ter emagrecido consideravelmente. Misora Hibari cantou 39 canções na apresentação no Tokyo Dome, em 11 de abril, depois do qual, sua saúde começaria a se deteriorar gradativamente.
Na apresentação no Tokyo Dome, Misora esteve sob vigilância médica, com uma ambulância de prontidão. Suas dores eram tão fortes, que, incapaz de subir os degraus, teve de ser carregada até o elevador. Apesar de sua condição de saúde, nos dez meses seguintes, Misora realizou mais treze apresentações em todo o país.
No final de 1988, Misora começa a gravar o single "Kawa no Nagare no Yo ni"(川の流れのように), com letra de Akimoto Yasushi (秋元康, 1956-) e música de Mitake Akira (見岳章, 1956-). Este trabalho só seria lançado em janeiro seguinte, tornando-se o último trabalho de Misora Hibari, que seria considerado no cenário musical, como seu 'grand finale', ou mais poeticamente, o seu 'canto do cisne'.
Em dezembro de 1988, é gravado um programa especial sobre a cantora, pela TV Fuji, e no dia 25 de dezembro, Misora aparece no programa musical "Dinner Show"(ディナーショー). O especial estava previsto para ser exibido no dia 08 de janeiro, mas sua exibição foi adiada em decorrência da morte do imperador japonês.
Hirohito, o imperador do Japão desde 1926, morreu em 07 de janeiro de 1989. Com sua morte, encerrou-se a Era Showa (昭和時代). No dia seguinte, é instaurada a Era Heisei (平成) com a ascensão de seu filho, o imperador Akihito. No dia 11, é lançado oficialmente "Kawa no Nagare no Yo ni", quando a condição pulmonar de Misora já estava se comprometendo. Quatro dias depois, Misora Hibari fez sua última apresentação na televisão, no programa "Music Fair", na Tv Fuji, onde ela apareceu visivelmente emagrecida e pálida. Ela fez algumas viagens e passeios com sua familia, em uma vã tentativa de se restabelecer.
Em 07 de fevereiro, Misora apresentou-se na sala de concertos Fukuoka Sun Palace. Já não podia se locomover com facilidade e começou a apresentar varizes esofágicas (dilatações das veias do esôfago, decorrentes da hipertensão causadas pela cirrose hepática), e passou a fazer uso de um inalador de oxigênio, apesar disso, mantinha a vontade de continuar cantando enquanto pudesse. Misora conseguiu interpretar vinte canções perante um público de 1.100 pessoas, contrariando os apelos de seu filho e da equipe organizadora do evento, que achavam que ela não deveria fazê-lo. No dia seguinte, Misora Hibari voltou a ser internada no Hospital Geral Fukuoka Saisenkai, para tratamento de um quadro de infecção respiratória. Ao receber alta, ficou na cidade até o fim do mês, voltando a Tóquio de avião em março.
Em 21 de março, a emissora de televisão NBS (Nippon Broadcast System), exibe um especial sobre a cantora com dez horas de duração, onde é divulgado que Misora se apresentaria no mês seguinte no Teatro Arena de Yokohama. Dois dias depois, Misora Hibari é internada no Hospital da Universidade de Medicina de Juntendo (順天堂大学医学部附属順天堂医院), no Distrito de Bunkyo, em Tóquio, com o que foi declarado como sendo agravamento de bronquite alérgica. Porém, Misora estava na verdade, sofrendo de pneumonia intersticial.
Os concertos previstos para ocorrer na Arena de Yokohama foram cancelados. A gravidade de seu estado é negada publicamente. Misora ainda cultiva a esperança de voltar aos palcos, mas isso não iria acontecer. Em 29 de maio, dois dias depois de seu aniversário de 52 anos, ela entra em estado grave, quinze dias depois, despede-se com um 'obrigado' para seus médicos, perdendo a consciência. Deste modo, Misora Hibari encerrou a luta feroz que manteve para continuar a cantar nos últimos três anos de vida.
Misora Hibari morreu no dia 24 de junho de 1989, vítima de insuficiência respiratória decorrente de pneumonia atipica, aos 52 anos de idade. Seu funeral foi realizado no dia 22 de julho, em Aoyama, com a presença de 42 mil pessoas. Seus restos mortais foram depositados para descanso eterno no Cemitério de Hino, localizado na área de Konan, em Yokohama.
Em 1981, a metástase de um tumor cerebral mata sua mãe Kimie, e pouco depois, morre Taoka Kazuo, que para ela, era como uma figura paterna. Em fevereiro de 1982, Eri Chiemi, a cantora com quem fez o trio Sannin Musume nos anos 50 e uma de suas amigas mais próximas, morreu aos 45 anos, e em maio de 1983, morre seu irmão Kato Tetsuya, aos 42 anos, de infarto. Em meio a depressão, Misora Hibari começa a buscar alívio no cigarro e na bebida.
Em maio de 1985, durante um jogo de golfe realizado para celebrar seu aniversário, Misora Hibari sente uma dor lombar, somada a uma pequena dor nas costas, que iria se agravar progressivamente enquanto ocorria a restauração de sua carreira, ao mesmo tempo em que morre seu outro irmão Kato 'Kayama' Takehiko (香山武彦 '香山', 1943-1986), ex-ator, vítima de infarto.
Misora iniciou uma série de apresentações pelo Japão, que duraram até 22 de abril de 1987, quando as dores em suas pernas se tornaram tão fortes que ela já não podia mais se manter de pé, sendo conduzida para o setor de emergência do Hospital Geral Fukuoka Saisenkai (福岡県済生会福岡総合病院), no Distrito de Chuo, Província de Fukuoka. Depois de alguns exames, a cantora foi diagnosticada com Necrose Avascular Asséptica Idiopática (uma doença que causa a morte dos tecidos ósseos devido a falta de irrigação sanguínea, causada, algumas vezes, pelo consumo de álcool, fumo, anemias, medicamentos ou traumatismos). No caso de Misora, a doença óssea lhe atacou ambos os fêmures (ossos das coxas).
A causa oficial de sua indisposição foi anunciada como hepatite crônica, porém, naquele momento, os médicos tinham as instruções de ocultar do público que Misora Hibari estava, na verdade, sofrendo de uma doença muito mais grave: cirrose hepática. São canceladas as apresentações que seriam realizadas no Teatro Meiji (明治座) e, em maio, Misora celebra seu aniversário de cinquenta anos no hospital.
Misora e Ishihara Yujiro |
Mas sua demonstração de melhora não era real. A doença de Misora não podia mais ser curada, a cirrose havia comprometido cerca de 60% da função hepática, e a osteonecrose femoral apresentava um quadro de difícil cicatrização.
No inicio de 1988, Misora encurtou suas férias no Havaí, retornando ao Japão em 07 de fevereiro, para divulgar as apresentações que ocorreriam em abril, em um concerto no recém construído grande estádio Tokyo Dome (東京ドーム), com capacidade para 55 mil pessoas. Misora fez várias aparições em programas de televisão, e mostrava ter emagrecido consideravelmente. Misora Hibari cantou 39 canções na apresentação no Tokyo Dome, em 11 de abril, depois do qual, sua saúde começaria a se deteriorar gradativamente.
Na apresentação no Tokyo Dome, Misora esteve sob vigilância médica, com uma ambulância de prontidão. Suas dores eram tão fortes, que, incapaz de subir os degraus, teve de ser carregada até o elevador. Apesar de sua condição de saúde, nos dez meses seguintes, Misora realizou mais treze apresentações em todo o país.
Misora Hibari cantando "Kanashi Sake"(悲しい酒, Saquê triste), em apresentação realizada no fim da década de 60. A canção foi composta por Koga Masao em 1960, porém, nunca havia sido lançada, pois o compositor queria que ela fosse interpretada por um cantor adequado. Koga escolheu Misora Hibari para cantá-la, que por sua vez, pediu para Ishimoto Miyuki (石本美由起, 1924-2009), escrever a letra. Ishimoto terminou a letra em um dia. Lançada originalmente em 10 de junho de 1966, vendeu 1.450 mil cópias, sendo um dos maiores sucessos de Misora Hibari.
A cantora foi hospitalizada novamente em junho de 1988. Esta internação foi mantida em sigilo, e Misora voltou a trabalhar poucas semanas depois. Em 29 de julho, participa do Festival de Música da Paz de Hiroshima, e, em agosto, do "Saku Ongakusai"(佐久音楽祭), festival de música realizado na cidade de Saku, Província de Nagano, onde Misora se apresentou ao ar livre.No final de 1988, Misora começa a gravar o single "Kawa no Nagare no Yo ni"(川の流れのように), com letra de Akimoto Yasushi (秋元康, 1956-) e música de Mitake Akira (見岳章, 1956-). Este trabalho só seria lançado em janeiro seguinte, tornando-se o último trabalho de Misora Hibari, que seria considerado no cenário musical, como seu 'grand finale', ou mais poeticamente, o seu 'canto do cisne'.
Em dezembro de 1988, é gravado um programa especial sobre a cantora, pela TV Fuji, e no dia 25 de dezembro, Misora aparece no programa musical "Dinner Show"(ディナーショー). O especial estava previsto para ser exibido no dia 08 de janeiro, mas sua exibição foi adiada em decorrência da morte do imperador japonês.
Hirohito, o imperador do Japão desde 1926, morreu em 07 de janeiro de 1989. Com sua morte, encerrou-se a Era Showa (昭和時代). No dia seguinte, é instaurada a Era Heisei (平成) com a ascensão de seu filho, o imperador Akihito. No dia 11, é lançado oficialmente "Kawa no Nagare no Yo ni", quando a condição pulmonar de Misora já estava se comprometendo. Quatro dias depois, Misora Hibari fez sua última apresentação na televisão, no programa "Music Fair", na Tv Fuji, onde ela apareceu visivelmente emagrecida e pálida. Ela fez algumas viagens e passeios com sua familia, em uma vã tentativa de se restabelecer.
Em 07 de fevereiro, Misora apresentou-se na sala de concertos Fukuoka Sun Palace. Já não podia se locomover com facilidade e começou a apresentar varizes esofágicas (dilatações das veias do esôfago, decorrentes da hipertensão causadas pela cirrose hepática), e passou a fazer uso de um inalador de oxigênio, apesar disso, mantinha a vontade de continuar cantando enquanto pudesse. Misora conseguiu interpretar vinte canções perante um público de 1.100 pessoas, contrariando os apelos de seu filho e da equipe organizadora do evento, que achavam que ela não deveria fazê-lo. No dia seguinte, Misora Hibari voltou a ser internada no Hospital Geral Fukuoka Saisenkai, para tratamento de um quadro de infecção respiratória. Ao receber alta, ficou na cidade até o fim do mês, voltando a Tóquio de avião em março.
Em 21 de março, a emissora de televisão NBS (Nippon Broadcast System), exibe um especial sobre a cantora com dez horas de duração, onde é divulgado que Misora se apresentaria no mês seguinte no Teatro Arena de Yokohama. Dois dias depois, Misora Hibari é internada no Hospital da Universidade de Medicina de Juntendo (順天堂大学医学部附属順天堂医院), no Distrito de Bunkyo, em Tóquio, com o que foi declarado como sendo agravamento de bronquite alérgica. Porém, Misora estava na verdade, sofrendo de pneumonia intersticial.
Os concertos previstos para ocorrer na Arena de Yokohama foram cancelados. A gravidade de seu estado é negada publicamente. Misora ainda cultiva a esperança de voltar aos palcos, mas isso não iria acontecer. Em 29 de maio, dois dias depois de seu aniversário de 52 anos, ela entra em estado grave, quinze dias depois, despede-se com um 'obrigado' para seus médicos, perdendo a consciência. Deste modo, Misora Hibari encerrou a luta feroz que manteve para continuar a cantar nos últimos três anos de vida.
Misora Hibari morreu no dia 24 de junho de 1989, vítima de insuficiência respiratória decorrente de pneumonia atipica, aos 52 anos de idade. Seu funeral foi realizado no dia 22 de julho, em Aoyama, com a presença de 42 mil pessoas. Seus restos mortais foram depositados para descanso eterno no Cemitério de Hino, localizado na área de Konan, em Yokohama.
O single "Kawa no Nagare no Yo ni" foi o oitavo mais vendido na lista da Oricon naquele ano, com
cerca de 1,5 milhão de cópias e recebeu o prêmio honorário na 31º edição do Japan
Record Award.
Em Fukushima foi construído um monumento e uma estátua de bronze da cantora que atrai milhares de fãs todos os anos. Em 6 de julho de 1989, Misora recebeu póstumamente o Prêmio de Honra do Povo (国民栄誉賞 Kokumin Eiyosho), conferida pelo Primeiro Ministro do Japão Uno Sosuke (1922-1998) por "ter dado sonhos e esperança às pessoas através de sua música". O prêmio é um reconhecimento da nação japonesa a importância de uma pessoa em determinada área, e é uma das poucas honrarias do Japão que podem ser concedidas tanto a japoneses quanto a estrangeiros.
Em Fukushima foi construído um monumento e uma estátua de bronze da cantora que atrai milhares de fãs todos os anos. Em 6 de julho de 1989, Misora recebeu póstumamente o Prêmio de Honra do Povo (国民栄誉賞 Kokumin Eiyosho), conferida pelo Primeiro Ministro do Japão Uno Sosuke (1922-1998) por "ter dado sonhos e esperança às pessoas através de sua música". O prêmio é um reconhecimento da nação japonesa a importância de uma pessoa em determinada área, e é uma das poucas honrarias do Japão que podem ser concedidas tanto a japoneses quanto a estrangeiros.
Durante sua carreira, Misora Hibari participou de mais de 160 filmes, além de seriados de televisão e
incontáveis aparições em programas musicais e de entretenimento, gravou cerca de 1.200 músicas e vendeu aproximadamente 68 milhões de discos, após sua morte, esse número aumentou consideravelmente, e em 2001, ela já havia vendido mais de 80 milhões de cópias de seus trabalhos.
Misora Hibari, cantando "Kawa no Nagare no Yo ni"(川の流れのように), em apresentação realizada no inicio de 1989, pouco antes de sua morte. A canção foi lançada em janeiro daquele ano. Em homenagem a Misora Hibari, desde 1990 esta música é tocada anualmente na televisão no dia de seu aniversário. Uma pesquisa realizada pela emissora NHK em 1997, com a opinião de 10 milhões de pessoas, entitulou "Kawa no Nagare no Yo ni", como a mais famosa canção japonesa de todos os tempos.
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